A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, em Brasília, o requerimento de urgência para o projeto que trata da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A votação registrou 311 votos favoráveis e 163 contrários, sinalizando força política da oposição e pressão sobre o governo Lula. Ainda não há definição sobre o texto final que será analisado, mas a aprovação da urgência garante que a proposta possa ir diretamente ao plenário, sem precisar passar novamente pelas comissões.

Líderes do chamado centrão afirmaram que a votação representou um gesto político em resposta à oposição, que pressiona pela anistia ampla. A base governista, por outro lado, fechou questão contra a proposta. Diferentemente da votação da PEC da Blindagem, quando houve dissidência dentro da bancada petista, nesta quarta-feira partidos ligados a Lula, como PT, PCdoB, PSOL, PSB, Rede e PDT, votaram de forma unânime contra a anistia.

Partidos de centro, como MDB e PSD, se dividiram. No MDB, mesmo com orientação contrária da liderança, foram 21 votos favoráveis e 14 contrários. Já no PSD, 28 deputados votaram a favor e 12 contra. A base do PL e aliados manteve alinhamento pelo “sim”.

A proposta que deve servir de base para as discussões é do deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). O texto original prevê anistia para manifestantes envolvidos em atos políticos a partir de 30 de outubro de 2022, quando começaram os bloqueios em rodovias após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas. No entanto, alterações são esperadas antes da apreciação definitiva, e ainda não há consenso se a medida alcançará o ex-presidente.

Como votaram os deputados de Mato Grosso do Sul:

Beto Pereira (PSDB): Sim

Dagoberto Nogueira (PSDB): Sim

Dr. Luiz Ovando (PP): Sim

Marcos Pollon (PL): Sim

Rodolfo Nogueira (PL): Sim

Geraldo Resende (PSDB): Não

Vander Loubet (PT): Não

Camila Jara (PT): Não