O advogado e ex-deputado federal Fábio Trad (PT) foi o entrevistado do programa Cara a Cara com Squinelo, nesta segunda-feira (1º), no TopMídiaNews, em Campo Grande. Reciém-filiado ao Partido dos Trabalhadores, Trad tentou minimizar a fama de “corrupto” que acompanha a legenda, mas acabou escorregando em contradições ao justificar sua escolha.
Segundo ele, sua entrada no PT é pautada pela “preocupação com justiça social”. No entanto, ao ser questionado sobre a filiação a um partido marcado pelos maiores escândalos de corrupção do País — de mensalão a Lava Jato —, preferiu relativizar.
“Desde que alguém me aponte um partido no Brasil que não tenha membros acusados e condenados por corrupção, eu aceito esse debate”, disse Trad, em uma tentativa de nivelar por baixo a política brasileira.
A estratégia do ex-parlamentar foi atacar adversários. Ele citou o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, condenado por corrupção, e o classificou como “um dos mais sérios e determinados estelionatários da República”. Ao acusar os outros, Trad pouco respondeu sobre os processos e prisões que atingiram diretamente a cúpula petista, incluindo ex-ministros e líderes históricos.
Filiação em clima de festa partidária
Trad assinou a ficha de filiação no sábado (30), em evento realizado em Campo Grande. A cerimônia contou com a presença da cúpula petista em Mato Grosso do Sul: Pedro Kemp, Vander Loubet, Camila Jara e o ex-governador Zeca do PT. O ato foi marcado por discursos entusiasmados, mas também pela tentativa de apagar o histórico de escândalos que perseguem a legenda.
Com seu retorno à política pela porta do PT, Fábio Trad tenta vestir o manto da “justiça social”, mas não escapou de reforçar a imagem de que entrou em um partido cuja bandeira é tão conhecida pela corrupção quanto pelos programas sociais.