O salário da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), pode aumentar de R$ 21.263,62 para R$ R$ 41.845,48, segundo projeto protocolodo pela Mesa Diretora na Câmara Municipal.
Dessa forma, em meio a discussões e greves por falta de reajuste dos servidores públicos, o aumento no salário da prefeita corresponde a 96,78%, o equivalente a 32 salários-mínimos.
Em outubro do ano passado, projeto protocolado previa reajuste de 66,77%, com a remuneração de R$ 35.462,22.
Na ocasião, o projeto foi retirado de pauta para ajustes e a nova proposta aumentou os vencimentos da prefeita, vice-prefeito e secretários.
Segundo o novo projeto, além do aumento de quase 100% no salário de Adriane Lopes, o salário do vice-prefeito, que está vacante, sobe de R$ 15.947,03 para R$ 37.658,61.
Já a remuneração dos secretários do primeiro escalão passa de R$ 11.619,70 para R$ 35.567,50, reajuste de 206,10%.
O subsídio mensal dos dirigentes de autarquias, chamado de segundo escalão, fica fixado no valor de R$ 35.567,50.
Na justificativa do projeto, o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlão, afirma que o último aumento no subsidio do prefeito condizente com a inflação ocorreu em 2012, na administração de Nalsinho Trad (PSD).
"Algumas categorias dos servidores municipais têm amargado em seus vencimentos os efeitos perversos da inflação, que corroeu seu poder aquisitivo nos últimos 8 anos sem o aumento do subsídio do prefeito", diz o texto
Ainda segundo a justificativa, mesmo em 2012, quando houve o aumentom o subsídio estaria defasado, pois não vinha sendo concedido os reajustes inflacionários.
Em 2012, o reajuste foi 33%, passando de R$ 15.882,00 para R$ 20.412,42.
Segundo a Mesa Diretora, nesta ocasião, ficou faltando uma reposição de 39%, que teria permanecido até 2019, quando houve reajuste de 4,17%, chegando aos R$ 21.263,62 atuais.
Ainda conforme cálculo apresentado na proposição, atualmente a inflação acumulada nos últimos dez anos (2013 a 2022), é de 76,70%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país.
"O saldo da defasagem inflacionária correspondente ao período de 2004 a 2022, acarretou uma perda do poder aquisitivo no percentual de 39% (2004 a 2012) + 76,70%, % (2013 a 2022) que resulta em 115,70% (soma de todo o período de defasagem salarial)", diz a proposta.
Desta forma, a Câmara propoe a reposição inflacionária que eleva em quase 100% o salário da prefeita e em mais de 100% as demais remunerações.
A Mesa Diretora justifica também que a correção monetária "nada mais é do que uma operação aritmética, destinada a expressar o mesmo valor da moeda em termos de poder de compra com expressão numérica distinta, o que não empobrece quem paga nem enriquece quem recebe".
O projeto de lei ainda passará por votação na Câmara Municipal de Campo Grande, antes de seguir para sanção da prefeita.