Políticos, bolsonaristas eleitos e reeleitos em Mato Grosso do Sul foram denunciados ao Ministério da Justiça por incentivar seguidores nas redes sociais a praticarem atos golpistas, que resultou em vandalismo e caracterizou ações de terrorismo em Brasília, conforme noticiado nesta quinta-feira (12) pelo Topmídia.
Eles podem perder o mandato se cassados por quebra de decoro parlamentar.
Entre os nomes estão o deputado federal reeleito Dr. Luiz Ovando (PP). Deputados federais eleitos Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL). Além dos deputados estaduais de MS, João Henrique Catan (PL) e Rafael Tavares (PRTB). E ainda o vereador de Campo Grande, Tiago Vargas (PSD).
Todos os citados são conhecidos em MS por serem da extrema-direita, e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alguns deles, inclusive, estiveram com manifestantes na frente de quartéis do exército em Mato Grosso do Sul. Desde a invasão em Brasília, alguns dos políticos apagaram posts de incentivo aos manifestos.
Marcos Pollon (PL)
Presidente do Pró-Armas, Marcos Pollon foi eleito como mais votado em MS. Conservador e amigo pessoal de Eduardo Bolsonaro, ele fazia posts aos grupos conservadores de extrema-direita e teve o nome citado, há alguns dias, por um homem preso por tentar colocar uma bomba no aeroporto da Capital Federal. Ele negou envolvimento com o suspeito e disse que sequer conhecia o acusado.
No Instagram, Pollon publicou um vídeo dizendo que irá processar a todos os seguidores que ofenderem os bolsonaristas e disse que apoia manifestação pacifica.
“Você que vai vir aqui desferir ofensas aos cidadãos brasileiros, que pacificamente se manifestaram contra o atual regime, pessoas que exerceram seu direito constitucional, que apoiam ao presidente Bolsonaro, e que diferente de vocês que são simpatizantes ou adeptos ao crime, estejam cientes que responderão civil e penalmente por isso.”
Gordinho do Bolsonaro (PL)
Eleito deputado federal, Gordinho do Bolsonaro ou Rodolfo Nogueira, que é agropecuarista, em 15 de novembro do ano passado usou um texto bíblico do livro de 2 Crônicas, em postagem no perfil que mantém no Facebook, para estimular a movimentação de rua de manifestantes que questionam o resultado das urnas do dia 30 de outubro. Ele disse à imprensa que entregaria o mandato para ter novas eleições e Bolsonaro de volta ao poder.
Agora, ele pede intervenção dos direitos humanos aos detidos que estão presos em um Ginásio de Brasília.
Dr. Luiz Ovando (PP)
Outro denunciado é o deputado reeleito Dr. Luiz Ovando. Ele, que pedia intervenção federal junto a manifestantes na frente do CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande, agora é contra a intervenção federal da segurança pública de Brasília, aplicada pelo Ministério da Justiça.
Ovando culpa o ministro Alexandre de Moraes por suspensão de páginas de radicais, afastamento do governador Ibaneis Rocha e vedação das manifestações na frente dos quartéis.
Agora, ele também posta sobre violação dos direitos humanos e diz que parcela mínima das pessoas que estiveram na invasão são culpadas.
João Henrique Catan (PL)
O deputado estadual, João Henrique Catan, fez vídeo se manifestando contra as decisões do STF, disse que há infiltrados nos atos de terrorismo e culpou Lula. Ele é contra o afastamento de Ibaneis.
Rafael Tavares (PRTB)
Deputado eleito, Rafael Tavares, líder do movimento EndireitaMS fez vídeo falando que seu grupo vai oferecer auxílio jurídico para os Sul-mato-grossenses que estão presos em Brasília.
Tiago Vargas
O vereador de Campo Grande, Tiago Vargas, elogiou a ocupação em Brasília em post na rede social.
Após saber que o Ministério da Justiça iria investigar quem eram os financiadores e incentivadores dos movimentos golpistas, ele reclamou.
“Agora irão me cassar! Estamos apenas no 11º dia do ano de 2023 e a turminha PAZ e muito AMOR do PT já quer minha cassação como Vereador! Eita que o ano vai ser bom demais”, disse ele.
Mistério da Justiça
Solicitação de nota retorno foi realizada ao Ministério da Justiça.