Filiações de última hora podem causar estragos nas chapas


A última semana para a filiação de interessados na disputa para eleição de 2024 será movimentada para os partidos políticos e pré-candidatos. Eles têm até o próximo dia 6 para filiar candidatos para o pleito de outubro.


A janela partidária fez muitos vereadores trocarem de partido. Na Câmara da Capital, mais da metade mudou e fez outros tantos filiados repensarem os partidos que desejam se candidatar. PSDB e PP saíram de dois vereadores na Câmara e passaram a sete e oito, respectivamente, o que acabou afastando pré-candidatos sem mandato.


No PSDB, a saída foi encaixar pré-candidatos em partidos aliados, como PSD, PSB, Republicanos e Podemos. Já o PP tem, por enquanto, apenas o Avante para fazer esse arranjo. É pra lá, por exemplo, que deve ir o vereador Edu Miranda (PRD), que não quer ir para uma chapa com muitos vereadores, onde teme não ser eleito. Outro pré-candidato do grupo, Maicon Nogueira, também está pensando em se mudar do PP para o Avante, onde teria mais chances.


Este medo de não ser eleito, somado a uma guerra política, deixou o ex-prefeito Marquinhos Trad em uma situação delicada. Ele sofreu para encontrar um partido, ainda que tenha boa expectativa de votos. Candidatos de outros partidos alegaram que ele poderia pegar a vaga de outros candidatos. Após muitas tentativas, ele conseguiu se encaixar no PDT e agora tem que correr atrás do tempo para filiar pré-candidatos, já que alguns que estavam nesta chapa avisaram que vão sair com a chegada dele.


Outros pré-candidatos devem ser mudados de última hora. A ex-vereadora Grazielle Machado, por exemplo, pode trocar o União Brasil pelo Podemos, levando mais dificuldade para a chapa, que já tem os vereadores Clodoilson Pires e Ronilço Guerreiro. A justificativa é de que o pai dela é vice-líder do governo, o que não justificaria ela ir contra o candidato do PSDB, Beto Pereira.


O período é também de aposta na honestidade das lideranças políticas, já que caberá a eles a escolha final de quem serão os candidatos, o que acontecerá apenas na convenção, mais para o meio do ano. Esses nomes ainda podem ser mudados com as desistências dos candidatos a prefeito.


No MDB, por exemplo, muitos apostam na candidatura de André Puccinelli (MDB) para que o partido ganhe força. Com ele na disputa, cresce a expectativa de eleger uma bancada maior na Câmara. Sem ele, o partido deve perder uma parte dos pré-candidatos, que aceitam entrar na disputa apenas tendo ele como candidato.