O empresário André Luiz dos Santos, o André Patrola, foi à Justiça para pedir o despejo da psicóloga Maria Thereza Trad Alves por não pagar aluguel de apartamento de luxo no Jardim dos Estados. Com salário de R$ 14,8 mil na Fundação de Cultura do Estado – segundo o Portal da Transparência – ela não paga o aluguel de R$ 3,5 mil, com desconto, desde julho de 2021.


Investigado na Operação Cascalhos de Areia, por desvios recursos da prefeitura da Capital por meio de contratos para locação de máquinas e manutenção de vias não pavimentadas, o empreiteiro cobra R$ 214 mil da irmã de Marquinhos Trad (PSD). A ação foi protocolada no dia 6 deste mês pelo advogado Fábio de Melo Ferraz.

Em outubro do ano passado, André Patrola pediu o despejo do cunhado do ex-prefeito, o ex-secretário municipal de Saúde, Leandro Mazina Martins. Ele deixou de pagar o aluguel de R$ 4 mil por mês em maio de 2022. Ele cobrou o pagamento R$ 183,3 mil e o despejo imediato.


O MPE suspeita que André Patrola seja laranja de Marquinhos. O ex-prefeito nega qualquer negócio com o empresário, apesar de reconhecer a amizade entre ambos. Nas duas ações, o empreiteiro pede o despejo imediato do cunhado e da irmã de Marquinhos, do senador Nelsinho Trad e do ex-deputado federal Fábio Trad, todos do PSD. Mazina é pai do vereador Otávio Trad.


No caso mais recente, Maria Thereza firmou contrato para pagar R$ 4,5 mil por mês pelo apartamento 200 no Edifício Ile de France, na Rua Euclides da Cunha, famoso como a versão campo-grandense da Oscar Freire paulista. Em caso de pagamento em dia, o desconto seria de R$ 1 mil.

No entanto, Tetê Trad, que foi candidata a deputada estadual em 2018 e ganhou cargo comissionado no Governo do Estado desde 2019, primeiro ano do segundo mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB), não paga aluguel desde julho de 2021.


“Não obstante as regras impostas em contrato, a requerida está inadimplente com o aluguel e encargos”, destacou o advogado na ação protocolada na 9ª Vara Cível de Campo Grande. “A locatária não vem cumprindo com o pagamento dos alugueis previsto no contrato desde julho de 2021, mesmo após várias tentativas de composição amigável, não realizou qualquer pagamento ou interesse na manutenção do contrato com o autor, transcorrendo o prazo para pagamento, acarretando a rescisão contratual, razão pela qual deve ser determinado o despejo liminar”, informou.


“Não obstante os meses em atraso, o autor implementou todos os meios possíveis à solução pacífica do imbróglio, não restando outra alternativa senão o pedido de despejo com cobrança dos haveres pendentes”, pediu.


“Esclarece-se que a requerida possui clara disposição de, mantendo o inadimplemento, continuar inserida no imóvel em evidente desacordo contratual e em contrariedade à vontade do autor. Em vista do inadimplemento, o autor não mais possui intenção de manutenção da relação locatícia”, ressaltou.


O pedido de despejo imediato de Maria Thereza Trad será analisado pelo juiz Maurício Petrauski, da 9ª Vara Cível.


Mazina firmou contrato de R$ 5 mil pelo aluguel do apartamento de luxo e tinha desconto de R$ 1 mil. No entanto, o cunhado dos Trad não paga aluguel desde maio de 2022. Ele não mostrou nenhuma preocupação com o despejo.


A Justiça negou o pedido de despejo em outubro do ano passado. Até o momento, o ex-secretário municipal de Saúde não foi notificado para apresentar a contestação na ação de despejo.

Fonte :O jacaré