Dois meses após a Operação Laços Ocultos, a Prefeitura de Amambai, comandada por Dr. Bandeira, continua como se nada tivesse acontecido. Após operação, realizada em 16 de novembro, o prefeito disse que pediria acesso à investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) para decidir o futuro dos secretários, mas até hoje, não demitiu ninguém.


Na ocasião, anunciou que solicitaria ao judiciário o acesso aos autos para, depois de tomarmos ciência dos fatos, decidir a conduta a ser tomada”. A reportagem procurou o prefeito mais de uma vez para indagar sobre os motivos que o levaram a manter os secretários, mas ele não respondeu as mensagens.


O prefeito decidiu manter nos cargos os secretários de Serviços Urbanos, Runes de Oliveira; secretário de Infraestrutura, Carlos Silvério Schier; e secretário de Comunicação, José Aparecido Aguiar. Eles foram alvos de busca e apreensão durante a operação.


Além dos secretários, são investigados o engenheiro Maurício Sartoretto Martinez e secretária de gabinete Vânia Cristina de Brito. O vereador Valter de Brito, líder do prefeito, foi preso, e o vereador Geversom Vicentim passou por busca e apreensão. Jucélia Barros Rodrigues, gerente de convênios da prefeitura, e o empresário Júlio Arantes não foram localizados pela polícia.


No total, foram 6 (seis) mandados de prisão preventiva e 44 (quarenta e quatro) mandados de busca e apreensão, nos Municípios de Amambai/MS, Campo Grande/MS, Bela Vista/MS, Naviraí/MS e Itajaí/SC. Segundo levantamentos, a organização criminosa atua há anos fraudando licitações públicas que possuem como objeto a contratação de obras e serviços de engenharia no Município de Amambai e outros, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos. Nos últimos seis anos, os valores dos contratos obtidos pelo grupo criminoso ultrapassam 78 milhões de reais.


“Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente pelo corpo técnico, detectaram superfaturamento e inexecução parcial, assim como análise realizada por órgão técnico do Ministério Público identificou pagamento de propina das empresas integrantes do grupo criminoso em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras”, informou o MPE, em nota.


Na foto da matéria, o prefeito, acompanhado do vereador detido e da servidora foragida da justiça, durante uma agenda em Brasília.

Fonte : Investiga ms